Há muito que não escrevo mas hoje senti necessidade de o fazer (...)
Sabes meramente que tu e eu seremos almas previamente destinadas, almas que por si se completam com o bem estar e conforto do próximo, almas que se carregam de saudades, de dor e ao mesmo tempo de emoção, emoção essa causada por palavras ditas e escritas em folhas de papel, prenunciadas ao ouvido em momentos mais íntimos onde a paixão e o desejo falavam mais alto.
Mas será que tudo gira a volta dessas mesmas palavras ? Palavras complexas com o seu carácter enigmático descodificado pelo ouvinte a quem se dirige esse próprio dialecto, dialecto esse, capaz de te fazer chorar ou por vezes rir dependendo do teu estado de espírito, sim do teu, porque o meu já se torna repetitivo e desgastante até para mim própria.
E mesmo assim, se somos almas destinadas como antes disse, porque fomos afastadas pelo vento, pela brisa que antes batia no teu cabelo e o fazia esvoaçar, o cabelo que arranjavas de cinco em cinco minutos, aquele gesto que só tu tinhas para o colocar no lugar.
Parece que ele não foi a única coisa que o vento fez esvoaçar, pois tanto tu como eu continuamos à deriva em busca de algo que nos faça ter vontade de ficar, que nos dê vontade de esboçar um sorriso verdadeiro, que nos faça sentir adrenalina de depender de outro ser humano para ter o nosso próprio bem estar e conforto, tal e qual como éramos nós no inicio, inicio esse que nos faz pensar que tudo iria ser perfeito e diferente, ambas seriamos nós, para sempre.
"Para sempre" maior mentira algumas vez citada por duas pessoas que se encontram contaminadas pelo vírus do "amor".
Hoje, agora, neste momento olho-te nos olhos, mesmo que seja através de uma tela, e pergunto-me o que somos nós agora? Almas, sim. Mas almas que foram arrancadas por meros contratempos da vida, contratempos inevitáveis e não invitáveis, contratempos (...)
Fica sabendo que ainda és a dona do meu pensamento, a dona de tudo o que é meu e me pertence.
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